Jogos podem contar historias com narrativas iguais ou melhores do que filmes ou até mesmo livros.
Quando a história do jogo é realmente boa, ele leve vantagem sobre outras mídias porque ali você não é apenas informado, mas vive a aventura.
Usando o gênero terror como exemplo: nunca achei leituras de terror assustadoras, por mais bem escritas que sejam. Nem Stephen King conseguiu me assustar com seus livros. Isso acontece porque sempre tenho a sensação de que estou lendo uma reportagem.
Os filmes são um pouco melhores, pois nos obrigada a assumir a posição de espectador e, assim, dá mais pessoalidade com o ambiente, com ângulos de câmera e desing de som, etc (mesmo que muitas vezes percam por má direção).
Já os jogos superam os dois, porque enquanto jogador, você não é um leitor ou expectador. No jogo você vive a história, sendo a vítima que pode apenas fugir, ou a presa lutando para viver em um mundo cruel. Tudo é vivido pelo jogador. Bons exemplos dessa vivência: Outlast 1 e todas as versões do Resident Evil.
A prova definitiva de minha teoria: a trilogia Mass effect. Um Role Playing Game (RPG) em que você é um veterano, o comandante Shepard, e a galáxia reage de acordo com suas ações; e suas ações repercutem de forma convincente e interessante. Coisa do tipo: personagens podem ser mortos no primeiro jogo, tendo sua presença anulada e suas interações alteradas nos dois outros jogos.
Mas além de suas ações terem reais consequências, o mundo do jogo é rico e detalhado, com várias espécies e suas fisiologias próprias, que alteram o desing de suas naves e até de suas roupas, gerando até piadas, como os Krogans terem quatro testículos.
A melhor parte é que os jogos carregam as escolhas que foram feitas nos jogo passado e expandem. A escolha final do jogo repercute sua imagem nos outros dois.
Viver essa aventura com os personagens foi uma experiência tão rica e engajante, que no final da trilogia acabei chorando de emoção.
E falando no final, ele talvez não seja do seu agrado porque é uma escolha de 3 opções, o que para alguns não é muito bom.
Há uma tremenda diferença entre seguir um grupo de personagens por três filmes ou livros, como expectador da vida desses personagens e fazer parte do grupo, aprender pessoalmente sobre o mundo em vivem, contribuindo para salvá-lo ou destruí-lo.
Sei que muitos preferem livros e, outros, filmes. Mas para mim os jogos são a ferramenta mais potente para se contar uma historia.