É muito comum o uso do termo “desenho animado” como referência a qualquer produção que não seja estrelado por atores de carne e osso.
Para a maioria, os “desenhos animados” servem para descrever desde as animações 2D de qualquer estilo, sejam animes ou cartoons.
Não é que tenha algo de errado com o termo. Tecnicamente está correto. Se não tem pessoas atuando, então é uma animação.
O problema em usar “desenho animado” é que, de certa forma, conota certa diminuição da importância dessas produções, relacionando-as a coisas feitas para crianças.
O hábito de jogar todas essa produções na vala das produções infantis deve ter origem a partir da popularização de animações livres para todas as idades (que abordam temas que podem ser vistos por todos os públicos, por não conter excesso de violência, sexo ou linguagem inadequada para crianças), das dedicadas ao público infantil (geralmente, com temáticas com uma pegada educativa ou de fábula, contendo sempre uma lição de vida), e das produções de canais como Cartoon Network ou ToonTv.
Essa infantilização das animações, que ocorre até nas premiações do Oscar, exclui qualquer possibilidade de uma animação ser vista da mesma maneira do que um filme atuado por gente, do ponto de vista do roteiro, direção e direção de arte.
Essa ideia de que animação é coisa de criança, além de ser desrespeitosa para com os criadores de obras cujos temas retratam questões profundas e inerentes ao ser humano, descarta as animações que usam sua subjetividade e simbolismo como forma de abranger temáticas de extrema relevância.
O “livre para todas as idades” é o que mais sofre com o rótulo de “produção para criança”, pois ao invés de ser visto como uma obra que pode ser apreciada por todos, mais uma vez é vista como apenas mais um obra para crianças.
Isso acontece mesmo que algumas dessas produções “livres para todas as idades”, como o belíssimo Soul (vencedor do Oscar da categoria neste ano), seja super pesado e uma produção que passa longe da compreensão de uma criança.
Esse tipo de produção é ótimo, pois entregam suas ideias e temas de uma forma de que possam ser apreciados por públicos de todas as idades.
Mas, diferente das dezenas de produções feitas pelos cartunistas William Hanna e Joseph Barbera, que entre as décadas de 1950 e 1980 dominaram o mercados das produções infantis (chamadas adequadamente de desenhos animados), os animes possuem uma complexidade em suas tramas que são absolutamente impossíveis para quem os aprecia chamá-los simplesmente de desenhos animados.
Iuri Joestar é Estudante, apaixonado por animes, cinema, dublagem, música, desenho, pets e todas essas coisas que não o farão rico
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