Direcionado às mulheres que residem em Palmas e na forma com que elas se sentem em relação aos espaços urbanos da capital, o projeto “Mapa Afetivo de Palmas: costurando visões femininas” é mais uma das iniciativas contempladas no edital Artes Tocantins 2023. A ação foi classificada no módulo III da categoria Linguagens Artísticas – Artes Visuais e recebeu o recurso de R$ 40.000,00 para reproduzir paisagens da cidade, por meio de bordados feitos por mulheres, a partir de rodas de conversa. O evento de lançamento acontece neste sábado, 11, às 8h30, na Casa Suçuapara, localizada no Parque Cesamar.
De acordo com a proponente, Rayssa Carneiro Santos, a ideia surgiu da inquietação de mulheres em relação às dificuldades que elas enfrentam durante suas vivências nos espaços urbanos. O projeto busca abranger as diversas realidades e contextos socioeconômicos que as mulheres estão inseridas.
“O projeto precisou surgir porque não conseguimos simplesmente nos conformar apenas com a nossa experiência urbana. Sentimos a imensa necessidade de que outras visões da cidade possam aparecer e serem conhecidas com a mesma visibilidade”, disse.
O cronograma do Mapa Afetivo segue nos dias 14 de maio, às 14h30, no Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Karajá, no Aureny III; 21 de maio, às 8h30, no Cras Kanela, localizado na Quadra 407 Norte e no dia 29 de junho, às 9h, na Escola Municipal Crispim Pereira Alencar, em Taquaruçu, distrito de Palmas. Ainda com datas a definir, a programação prevê uma roda de bordado no Parque dos Povos Indígenas e, para finalizar, uma exposição das obras produzidas ao longo das atividades do projeto.
A proposta dará espaço para que as mulheres discutam sobre suas relações com a cidade, por intermédio da arte. “Dados do Censo Demográfico de 2022 apontam que o país tem seis milhões de mulheres a mais do que homens, o que equivale a 51,5% da população brasileira atual. Elas são maiorias, porém as cidades não são pensadas por e para mulheres”, pontuou Rayssa.
A iniciativa também contará com a participação de duas intérpretes de Libras durante as atividades, além da atuação dentro de comunidades carentes, com entregas de kits de bordado e oferta de lanches; acolhimento das crianças, com um atendimento recreativo nos eventos; circulação da exposição em pontos diferentes da cidade e incentivo ao processo de democratização do acesso à cultura.
Segundo Rayssa, o lançamento da ação foi definido em um momento estratégico, em que a capital do Tocantins comemora mais um ano de criação. “Não por acaso, estamos lançando este projeto no mês de maio, quando Palmas comemora mais um aniversário. Na nossa opinião é importante comemorar, mas também refletir sobre a ocupação deste espaço, lugar para onde tantas pessoas vieram na expectativa de realizar sonhos, sobretudo as mulheres, cujas ideias, sentimentos, são historicamente invisibilizados”, disse.
Para a proponente, a expectativa é que as mulheres aceitem o convite e tragam sua contribuição para a confecção do Mapa Afetivo. “Queremos que que essa obra de arte seja a mais representativa possível e contamos com a parceria de entidades que desenvolvem trabalhos relevantes com o público feminino, como a Casa 8 de Março, Ajunta Preta, União por um Mundo Melhor, os Centros de Referência de Assistência Social e o Movimento pela Vida”, concluiu.
Para mais informações, acesse o perfil oficial do projeto @mapaafetivodepalmas.
Ficha técnica
Proponente e coordenadora: Rayssa Carneiro Santos
Vice-coordenadora: Ariadne Feitosa
Social Media e Instrutora de bordado artístico: Jéssica Vieira
Instrutora de bordado artístico: Nathália Leão
Curadora da exposição: Kelly Souza
Intérpretes de Libras: Sálua Romano de Oliveira e Claudia Arantes
Conheça a proponente
Residente em Palmas há dez anos, Rayssa Carneiro Santos é graduada em Jornalismo pela Universidade Federal do Maranhão, especialista em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira pela mesma instituição e mestre em Desenvolvimento Regional pela Universidade Federal do Tocantins (UFT). Trabalha com educação pública na UFT e realiza oficinas de bordado e rodas de conversa com grupos fechados ou em lugares públicos. A artista também escreve poemas e outros tipos de textos, além de coordenar há sete anos um grupo feminino de leituras, o Poemar.