Vamos começar com duas citações do próprio Jesus.
E disse-lhe Jesus: “As raposas têm covis, e as aves do céu, ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça”. (Lucas 9:58)
E Jesus, olhando para ele, o amou e lhe disse: “Falta-te uma coisa: vai, vende tudo quanto tens, e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, toma a cruz, e segue-me.” (Marcos 10:21)
Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam. (Mateus 6:19)
Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida. (1 João 5:12)
E disse a Jesus: “Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino”. (Lucas 23:42)
E disse-lhe Jesus: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso”. (Lucas 23:43)
Outro dia estava assistindo a uma entrevista do padre Reginaldo Manzotti, quando lhe perguntaram sobre o fato da Igreja Católica está perdendo fieis, enquanto as igrejas evangélicas crescem.
Ele respondeu que não são todas as igrejas evangélicas que apresentam esse crescimento vertiginoso em detrimentos das demais, mas sim as chamadas neopentecostais, aquelas que atraem os fieis pela promessa de prosperidade, de um carro novo, de uma casa maior.
E isso nos faz pensar.
Em primeiro lugar, é bom esclarecer que não estou dizendo que uma pessoa não possa ser cristã e ao mesmo tempo ter boa condição financeira, ser rica.
O que podemos afirmar, com toda convicção, é que não existe em nenhum lugar da Bíblia a afirmação que quem tem Deus na sua vida vai ter muito dinheiro, não vai adoecer, não terá problemas, e terá uma vida só com coisas boas.
Jesus, aquele que é base de todo o cristianismo, disse exatamente o contrário disso: “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.” (João 16:33)
Interessante que o alcance da prosperidade pregada pelas igrejas neopentecostais não é fácil de ser alcançada. Antes, é preciso que o fiel seja ser trabalhador, escolhe a profissão certa, não perca as oportunidades que a vida oferece, tenha foco nos seus objetivos e outras coisas do gênero.
O sol nasce para todos, mais só vai ter roupa seca quem a colocou no varal.
Com a prosperidade não é diferente. Imagine o seguinte cenário: duas pessoas, sendo uma temente a Deus e a outra não. A temente a Deus é muito preguiçosa, a outra, muito trabalhadora, trabalhando em mais de um emprego.
Quem você acha que vai ser próspera?
Isso é chamado de benção comum: o sol, a saúde, o ar que respiramos, a comida, a água, a vida e tantas outras coisas que Deus dá para todos.
Nada disso implica em Salvação.
Nos céus, como também no inferno, vão ter pessoas que foram muito ricas e pessoas que foram muito pobres, porque a nossa situação financeira não nos credencia a ir ou não para o céu.
Deus entregou o seu Filho, não para nos dar muito ou dinheiro, riquezas ou pobreza, saúde ou doenças, Jesus veio para nos trazer o perdão das nossas transgressões. Nós devemos buscar o Reino de Deus, e se Ele quiser nos acrescentar as demais coisas, aí é com Ele.
Portanto, contrariando muitos, a doutrina ou teologia da prosperidade não é bíblica e, sim, meramente humana.
Eu não posso prometer ou dar aquilo que não é meu. As bênçãos são de Deus, portanto, só Ele é quem pode nos dar o que quiser dar, quando e como, pois, Ele é o Senhor e, nós, os servos.
E a menos que as coisas tenham se invertido, servos não dão ordem ao seu Senhor.
Teologia ou doutrina da prosperidade nunca foi bíblica e não adianta os seus Idealizadores apelarem para textos isolados, ela nunca será bíblica.
Portanto, se quer ser feliz neste mundo, a receita é simples e nunca mudou: busque primeiro o Reino de Deus.