Reconhecidas pela beleza e qualidade, as biojoias da Xambiart, projeto associativo de artesãs de Xambioá conquistaram o Brasil. Porém, a comercialização das peças foi duramente afetada com a pandemia de Covid-19, como confirma Edina Martins Borges, uma adas expositoras do estande do Tocantins no 14° Salão do Artesanato – Raízes Brasileiras, aberto na última quarta, no Shopping Pátio Brasil. “Tivemos um ano parado, agora estamos engatinhando”, revela.

Artesão de Gurupi, Josias de Souza Menezes conta que produz sozinho suas peças talhadas em madeira e sofreu com a dificuldade de comercializar seu trabalho, principalmente devido a suspensão das feiras e à dificuldade de utilizar as redes sociais.

Maria Alzira Brito, da Associação das Mulheres Artesãs e Empreendedoras de Lajeado, conta que a maioria das associadas se afastou da produção artesanal, justamente pela dificuldade de escoamento da produção. “Muitas começaram a produzir máscaras”, explica.

Por outro lado, a Associação Dourada, de Novo Jardim, e a Associação Dianopolina de Artesãos, de Dianópolis, conseguiram reduzir as perdas graças às vendas pelas redes sociais e WhatsApp, conforme contam Luzilene Marques e Eliene Bispo, que representam suas entidades no estande do Tocantins.

A situação dos artesãos tocantinenses está refletida na 12ª Pesquisa de Impacto da Pandemia do Coronavírus nas Micro e Pequenas Empresas, realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), segundo a qual 76% dos artesãos entrevistados declararam que seguem faturando menos que em 2019. Além disso, 23% dos entrevistados declararam que continuam sem poder trabalhar integralmente.

Outro dado importante é que a pandemia enfatizou a importância do uso das novas tecnologias para manter a circulação de produtos, porém, apenas 49% dos artesãos assimilaram as mudanças necessárias para atuar neste formato.

Para reverter este quadro, o Sebrae e a Secretaria Especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia vão oferecer cursos gratuitos de capacitação à distância. As inscrições foram abertas oficialmente no Salão do Artesanato. As inscrições podem ser feitaS pelo link sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/segmentos/artesanato/cursos.

A ação Trilha Artesão Empreendedor é fruto de um acordo de cooperação técnica assinado em 2019, para estimular o desenvolvimento do artesanato brasileiro. As capacitações serão voltadas ao marketing digital; digitalização das vendas; planejamento e gestão do negócio; formas de obtenção de crédito; marketing digital; atendimento aos clientes e benefícios do cadastramento no Sistema de Informações Cadastrais do Artesanato Brasileiro (Sicab).

De acordo com o superintendente de Cultura, Relmivam Milhomem, o Governo do Estado está fazendo sua parte. “Estamos atualizando o cadastro e encaminhado a Carteira do Artesão, principal ferramenta de identificação da categoria, através de visitas a vários municípios e regiões do Estado. Este inventário cultural está sendo realizado pela Adetuc pela Superintendência de Cultura, em parceria com a Superintendência de Turismo”, explica.

Já a Assessoria de Comunicação tem apoiado a divulgação das iniciativas das associações que estão buscando os meios digitais para comercializar seus produtos. Um exemplo é a @feiradobosquepalmas.

Salão do Artesanato

Cerca de 500 artesãos selecionados para representar os 26 estados brasileiros mais o Distrito Federal participam do Salão do Artesanato que chega a sua 14ª edição com o tema Raízes Brasileiras. O evento segue até domingo, 31, no Shopping Pátio Brasil, com entrada gratuita.