Sou jornalista por formação há quase 30 anos. Quando iniciei minha carreira profissional – e durante vários anos seguintes – o que se exigia de um bom jornalista era seu domínio das palavras e sua capacidade de conseguir boas fontes de informações e de transformar essas informações em boas histórias.
Hoje, empresas, políticos e profissionais liberais quando contratam um jornalista para servi-lhe como assessor de imprensa, as habilidades exigidas passam, invariavelmente, pelo domínio da produção e gestão de conteúdos em redes sociais.
Até mesmo os veículos de comunicação passaram a exigir profissionais multimídias para preencher suas vagas.
Não muito raro, os assessores de comunicação entendem que sua função consiste em, basicamente, postar fotos e textos – muitos em forma de releases – nas redes sociais, com destacada preferência pelo Instagram e Twitter.
Na maioria das vezes, o mesmo texto e fotos são usados para todas as redes, sem mudar o formato.
Isso funciona? Traz resultados?
Talvez até ajude a divulgar aquilo que se pretende dar publicidade, mas certamente não tem o alcance que poderia ter se houvesse, antes de tudo, um planejamento sobre qual rede social é a mais apropriada para cada assessorado.
Pode ser chocante saber disso, mas nem todo mundo precisa ter um perfil no Twitter, TikTok, Instagram, Linkedin e tantas outras redes (estima-se que uma nova seja criada a cada três meses).
A galera mais jovem, mais antenada nas tendências da Internet, não gosta e não aposta muito no Facebook.
Já ouvi de profissionais que atuam como assessor que o Facebook está ultrapassado e que as pessoas, hoje, estão mais ligadas em outras redes.
O Instagram é o queridinho da vez. É lá que todo mundo quer estar, quer ter seguidores, quer ter engajamento.
Mas, qual a melhor plataforma para fazer minhas postagens?
Antes da resposta, é preciso ter em mente que rede social é qualquer estrutura que agrupa pessoas para compartilharem relações, objetivos e valores comuns.
Vale lembrar que uma mesa de boteco, aonde amigos se encontram, é uma rede social. Mas, estamos falando de rede social virtual, ou seja, aquela que é realizada no ambiente da Internet.
Já mídia social, de maneira simplificada, é a mensagem usada (ou postagem feita – foto, texto, vídeo) nas redes sociais.
As redes sociais mais populares reúnem bilhões de usuários, e mesmo as menos conhecidas, contam com milhões de perfis.
Então, como saber qual delas é a mais interessante para o tipo de mídia que quero publicar?
Em se tratando de Internet, tudo é muito subjetivo e os estudos feitos ontem, hoje já estão ultrapassados. Quase tudo nesse imenso mundo paralelo é meio intuitivo.
Mas, uma coisa podemos afirmar: o Facebook, negligenciado por muitos profissionais da área, ainda é a mídia mais acessada no Brasil e no mundo e, portanto, com grande potencial para apresentar resultados positivos para suas postagens.
De acordo com levantamento feito no ano passado pela We Are Social e Hootsuite, o Facebook conta com 2,7 bilhões de contas ativas no planeta, das quais 130 milhões são brasileiras.
Aliás, o Brasil é o quarto país do mundo em concentração de perfis ativos na plataforma, perdendo apenas para Índia, Estados Unidos e Indonésia.
Quem assessora políticos já deve ter ouvido que a melhor rede social para postagens de seu assessorado é o Twitter.
Mas, a melhor rede social é aquela em que você consegue se conectar com seu público preferencial.
Por exemplo: um deputado precisa se comunicar com seus eleitores, que não estão concentrados em um só lugar, mas distribuídos por várias cidades, algumas delas pequenas, com pessoas simples e que têm no Facebook sua principal fonte de relacionamento com amigos e familiares.
O Facebook não é só para se conectar com parentes distantes ou achar pessoas que há tempos não vê. É uma rede social bastante versátil, reunindo numa mesma plataforma muitas possibilidades.
No Facebook é possível gerar negócios, participar de grupos compostos por pessoas que dividem os mesmos interesses, conhecer pessoas, se relacionar com amigos e família e expor pensamentos e idéias por meio de postagens, além de assistir Lives (shows, palestras, cursos). E o melhor: sem limite de tamanho ou quantidade.
Claro que a escolha da mídia, ou seja, do tipo de postagem, deve observar as particularidades da rede. Afinal, você pode até postar um livro, mas, ninguém gosta de textão – exceto eu, claro.
Se um político no exercício do mandato pretende usar as redes para prestar contas de sua atuação junto ao seu eleitorado, então o Facebook deve ser a primeira escolha.
Além da facilidade de navegar pela plataforma, o Facebook aceita várias formas diferentes para postagens, que bem trabalhadas conseguem se destacar.
Até mesmo a gestão de tráfego – mensagens pagas para serem “entregues” a um público específico – é mais fácil no Facebook.
Portanto, seja qual for seu objetivo, não despreze o Facebook quando fizer seu planejamento de postagens.
Ao contrário, dê à plataforma a atenção merecida.
Existe uma infinidade de informações disponíveis na Internet sobre a melhor maneira de elaborar as mídias a serem postadas no Facebook.
Tenho certeza de que, usando a plataforma de maneira planejada e com a linguagem certa, os resultados serão surpreendentes.
Wanja Nóbrega é jornalista, com três especializações e mestrado na área.
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